sábado, 27 de novembro de 2010

Um pouco de história

Hoje em dia, buscar conhecimento é imprescindível para quem deseja se firmar em qualquer meio, e com ferramentas como a Internet tudo fica mais fácil, ao alcance das mãos. Você pode ir à Itália, ao ano de 1500 ou ao museu do Louvre em Paris, tudo a um click de você! Foi pensando nisso que resolvi pesquisar um pouco da história e do relacionamento de Cambé com trens, e descobri algo interessante enquanto pesquisava! Encontrei um Blog, escrito pelo Professor JOSÉ CARLOS NEVES LOPES, de São Paulo, cujo pai, O Sr FRANCISCO DE ALMEIDA LOPES (1909 - 1987) foi ferroviário no início da colonização e expansão de frentes agrícolas para o sul, partindo na fronteira com o Estado de São Paulo da cidade de Ourinhos. Trata-se do blog A COMPANHIA FERROVIÁRIA SÃO PAULO - PARANÁ (1923 - 1944), e foi neste Blog que encontrei esta imagem:
Foto tirada pelo Sr. Francisco - Estação Nova Datzig em 1935 (clique na foto para ampliar)
A foto abaixo, eu na verdade a digitalizei rústicamente (fotografei direto de um quadro na parede), ela está no escritório da Tapeçaria Begnini e me foi concedido fotografá-lo gentilmente pelo Sr. Marcos, meu amigo pessoal e herdeiro da tapeçaria, onde trabalha até hoje com sua esposa e filhos. Ela mostra o mesmo prédio a partir de uma vista aérea e ao seu lado, onde hoje é o pátio de estacionamento da estação vemos que existiu um curral em forma circular. Imagino eu que naquela época eram transportados inclusive animais pela ferrovia, já que o transporte local em sua maioria era feito por carroças até o trem.
Foto gentilmente cedida pelo Sr. Marcos Begnini da Tapeçaria Begnini (clique na foto para ampliar)

A tapeçaria nos dias de hoje, no mesmo lugar, na rua Belo Horizonte, esquina com a Travessa Rui Barbosa, bem em frente ao pátio de estacionamento da estação.
Foto tirada em 17/10/2010 (clique na foto para ampliar)

Cambé foi chamada assim de Nova Dantzig devido ao fato de as primeiras dez famílias de colonos que aqui chegaram serem provenientes da cidade de Danzig, Polônia. No início da década de 40, durante a segunda grande guerra, todas as comunidades com nomes relativos a aliados dos alemães tiveram que mudar seus nomes. Essa tentativa com poloneses na verdade não deu muito certo devido ao clima daqui, na época em meio à matas tropicais ser muito mais quente do que eles estavam acostumados, porém graças à fertilidade da terra logo a região foi tomada por imigrantes de outras origens, como italianos, espanhóis, japoneses, árabes e emigrantes provenientes do interior de São Paulo, região na época já colonizada e desenvolvida e que aqui vieram para desbravar e ajudar a construir uma nova fronteira, a do ouro verde, o café. Este prédio da foto acima, e que é o primeiro em alvenaria e com estrutura para receber passageiros ainda hoje está de pé, e é utilizado como depósito de uma empresa que comercializa cimento no atacado. A foto a seguir é a mais recente que tenho dele:

Foto tirada em 26/11/2010 (clique para ampliar)
Dia 1/12/2010 este prédio, segundo o Professor José Carlos nos conta em seu Blog completa 75 anos, e eu penso que ninguém em Cambé faz idéia deste fato. Redimindo esse probleminha de muita informação e pouca memória do mundo em que vivemos nos dias de hoje, fica ai o registro pelo menos em meu blog. Obrigado, Sr Francisco (in memorian) que não conheci pessoalmente, mas lá atrás, em um tempo distante entendeu que certas coisas não devem ser esquecidas pois fazem parte não da história de um, mas da memória de um povo, contam como esse povo foi criado e cresceu. Obrigado, Professor Sr. José Carlos, por ter nos ajudado a entender uma pequena parte de nossa historia, por ter compartilhado conosco, cambeenses um trabalho que seu pai, acredito que como eu sem grandes pretensões além da paixão por fotografar e registrar os fatos do cotidiano, nos deixou uma herança impagável, que nos conta nossa própria história.

2 comentários:

  1. Parabéns, pela postagem entitulada "um pouco de história", é bom, mesmo que em pocuas palavras e imagens, relembrar como a vida foi se transformando e virou o que temos e somos hoje.
    Cleber

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  2. Obrigado pela participação, Cleber! Poucos entendem, hoje o meu trabalho, mas lá adiante, quem sabe alguém o veja e se sinta grato como eu me sinto agora, de poder ver como as coisas eram e como e quando foram modificadas, graças ao empenho de uma pessoa como o Sr. Francisco, que não conheci pessoalmente mais por quem cultivo o maior respeito e gratidão.

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