domingo, 9 de janeiro de 2011

Quanto mato!

Como prometi na última postagem, vou mostrar agora como anda a conservação do pátio de manobras de Cambé. Eu simplesmente não entendo, e na cabeça de alguns nem deveria entender mesmo, pois isso não seria "problema meu", como é que pode um lugar por onde passam a todo momento locomotivas que valem coisa de milhão de reais, arrastando milhões de reais em cargas transitarem por um trecho que poderíamos dizer esteja praticamente abandonado. Eu trabalhei alguns anos com agricultura e posso afirmar com certeza, tanto mato assim só deprecia, apodrece a madeira e destrói um patrimônio que custa caríssimo a recuperação. A sombra do mato retém a umidade permanentemente tornando a troca de dormentes uma necessidade constante. Vejamos algumas fotos recentes:
Foto tirada em 02/01/2011 (clique na foto para ampliar)
E o pior é que o pátio é operacional (está em atividade), é usado para estacionamento de vagões de cimento, produtos a granel como soja e farelo e containeres.
Foto tirada em 02/01/2011 (clique na foto para ampliar)
A foto acima mostra o leito principal de trilhos, na direção leste (Londrina).

Foto tirada em 02/01/2011 (clique na foto para ampliar)
Esta foto (acima) mostra os trilhos da linha principal no sentido oeste (Rolandia). É por aqui que passam as pessoas que não conseguem pular o trem tem que passar, como eu mostrei na postagem anterior. Se nesse espaço de tempo vier um trem e a pessoa tiver que sair da frente...

Foto tirada em 02/01/2011 (clique na foto para ampliar)

A esquerda embaixo da foto vemos os trilhos sumindo no meio da mato. Este é o segundo desvio ou segunda variante, que por enquanto não está sendo utilizado, mas no caso dos trilhos da direita podemos ver que está em uso normal.
Foto tirada em 08/01/2011 (clique na foto para ampliar)
Na foto acima, uma visão geral do pátio, na tarde de 08/01/2011, agora totalmente vazio. Aqui a câmera estava apontada para leste (Londrina). Podemos ver essa parte dos trilhos sem mato, só brita, que fica exatamente em cima da trincheira. Uma ferrovia, para ser segura, teria que ser em todo o seu trecho como vemos aqui, sem mato, para que fosse realmente segura.
A algum tempo atrás conversei informalmente com um representante da empresa ALL - América Latina Logística que me relatou o seguinte: o fato de o pátio de Cambé estar assim tomado por mato é que um morador aqui da Rua Curitiba acionou sei lá quem, o IAP, ou o ministério público para que não se fosse aplicado herbicida neste local e parece que esta pessoa conseguiu barrar então o uso de agrotóxico no local, sobre a alegação de que o veneno contaminaria a água da chuva e consequentemente os rios da região para onde esta água escorre. Então, se fosse assim, nossa agricultura estaria condenada, pois nossa região que é cerca de 90 % agrícola é pulverizada com defensivos de toda espécie no mínimo quatro vezes a cada safra, ou oito vezes por ano no mínimo! E essa região agrícola está bem mais próxima dos rios que essa pessoa pensa proteger do que o pátio de manobras da estação de Cambé.
A verdade, apesar de tudo é que do jeito que está não tem condições, e sobre o fato de não ser problema meu, como disse no começo da postagem também não é em todo verdade, pois vejamos: a ferrovia é um patrimônio da União, ou seja, nossa propriedade, minha e sua, contribuíntes brasileiros, a Empresa seria como alguém que arrendou um negócio, vai explorá-lo, porém não é seu dono, tem sim de prestar contas então aos proprietários, no caso, eu, você e qualquer brasileiro que coloque no mínimo R$ 0,01 nos cofres do Governo.

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